Medicamentos. O lado bom e o nem tão bom

MEDICAMENTOS E DOR. O BEM E O MAL ANDAM JUNTOS

Medicamentos. O lado bom e o nem tão bom
A diferença entre remédio e veneno é a dose

Medicamentos são um dos sinais da evolução humana em toda a sua trajetória neste Planeta Azul que é menos que um grão de areia num universo gigantesco e desconhecido.

Medicamentos são resultado de nossos aprendizados, nascidos da ciência, unem substância que alteram ou ativam comportamentos naturais em pessoas, animais e até plantas.

Basicamente, medicamentas possuem ação em qualquer ser vivo existente.

Medicamentos aliviam dores, tratam doenças de forma completa, parcial ou paliativa.

Como a própria humanidade e até a ciência, os medicamentos não param de evoluir e cada vez mais a tecnologia da química, da física e até mesmo da robótica, produzem medicamentos mais eficazes para quase todas as aplicações.

Especificamente no que se refere à dor, o avanço foi grandioso e temos remédios de todos os tipos e espectros, que aliviam a dor, reduzindo seus impactos, mas o preço, costuma ser elevado e não falamos apenas no que se refere ao dinheiro.

Medicamentos para a dor devem ser vistos como paliativos e transitórios, pois devem ser utilizados até que se descubra, trate e resolva a origem da dor, já que dor é um sintoma, uma consequência de alguma causa, que se não for localizada, permanecerá ou retornará, até que a origem seja efetivamente resolvida.

Consumindo de forma frequente os medicamentos para aliviar dores das quais não curamos as causas, o organismo vai criando resistências ao próprio medicamento.

As doses precisam ser maiores com o tempo, até que seja preciso a utilização de outros medicamentos acessórios e quando percebemos, estamos dependentes da química para conseguirmos alguma qualidade de vida, mesmo que dure pouco.

Nosso papo de hoje vai falar sobre esta relação ambígua, entre positivo e negativo, na utilização de medicamentos no tratamento da dor.

Medicamentos nascem da natureza

Vindo da natureza
Natural

Medicamentos possuem uma história interessante, acompanhando a evolução humana, desde os primórdios, a partir da Revolução Cognitiva, quando assumimos a consciência e nos diferenciamos dos demais mamíferos, dominando ferramentas, o fogo e o controle consciente de nossos comportamentos.

Em determinado momento, obviamente não identificado, algum de nossos primordiais percebeu que a utilização de algumas ervas, elementos minerais ou até provenientes de outros animais, servia para aliviar dores, melhorar ferimentos, aprimorar os processos de cura.

Claro que tudo muito primitivo, superficial, por vezes inócuo, mas nascia ali o conceito de medicamentos, quando utilizamos elementos externos para provocarem reações químicas e orgânicas em nosso organismo, melhorando sua capacidade de enfrentar os diversos processos de enfrentamento a doenças, traumas e problemas relacionados à nossa saúde.

Como tudo na vida humana, o processo evolutivo foi constante, primeiramente lento, o que é comum no aprendizado, mas sofremos um atraso expressivo, movido por nossa própria ignorância (o que era normal), onde muitas vezes, entregávamos a nossa sorte às nossas crenças religiosas e espirituais, contrastando com o que realmente poderia melhorar nossa condição.

Não esqueça que sacrificávamos crianças em vulcões ou fogueiras na esperança de termos boas colheitas, tente imaginar o que não seríamos capazes de fazer para curar um problema de saúde que sequer conhecíamos.

A evolução da medicina e, por consequência, dos medicamentos, seguiram o bom e velho processo de tentativa e erro e hoje chegamos ao patamar mais elevado de soluções em medicamentos e tratamentos para nossos problemas de saúde.

A tábua suméria, datada de aproximadamente 2100 a.C., é um dos primeiros registros de receitas medicinais.

Avançamos para a Antiguidade, onde civilizações como os egípcios e gregos começaram a sistematizar o conhecimento médico.

Hipócrates, o “pai da medicina”, valorizava o uso de recursos naturais em tratamentos.

Durante a Idade Média, o alquimista Paracelso trouxe a ideia de que “a dose faz o veneno”, iniciando a transição para a farmácia moderna.

Os boticários da época começaram a fabricar e comercializar produtos medicinais com base científica.

Com a Revolução Industrial, a química orgânica floresceu e, em 1805, a morfina foi isolada, conhecida por seu efeito analgésico.

A farmacologia se estabeleceu como ciência, e os medicamentos começaram a ser produzidos em massa.

O século XX trouxe revoluções: a descoberta da penicilina por Alexander Fleming em 1928 mudou o curso da medicina, salvando inúmeras vidas de infecções bacterianas.

A indústria farmacêutica explodiu com o desenvolvimento de novos fármacos sintéticos.

E hoje?

Com o advento da tecnologia, a ciência avançou a passos largos.

A biotecnologia e a farmacogenômica estão abrindo novos caminhos para medicamentos personalizados.

A inteligência artificial ajuda na descoberta de novos fármacos, e a nanotecnologia promete revolucionar a entrega de medicamentos no corpo.

A diferença entre remédio e veneno é a dose…

O problema dos medicamentos é relacionado ao potencial de aliviar sintomas e não necessariamente tratar os problemas em sua origem.

Ainda bem que temos os medicamentos que nos dão sustentação à vida, aumentando nossas expectativas existenciais cada vez mais.

Algumas décadas atrás, chegar aos 50 anos era um feito raro, ainda mais se tivéssemos todos os dentes na boca.

Foi o advento dos medicamentos que se tornou um grande evento na ampliação consistente de nossa expectativa de vida.

Porém, nem tudo são flores…

O organismo humano é um conjunto perfeito, completo, onde tudo está conectado, com seus múltiplos processos funcionando, de maneira sincronizada e em perfeito equilíbrio.

O que abala nossa saúde é quando um destes múltiplos processos passa por alguma anomalia, o que gera um desequilíbrio naquele processo em específico, mas que não para por ali, já que a integração destes tantos processos, faz com que, normalmente, os problemas ocasionados pelo desequilíbrio num dos processos, se expanda aos demais, criando uma rede de anomalias que promovem o que conhecemos por doença ou problema de saúde.

É neste ponto que os medicamentos podem se tornar uma “faca de dois gumes”, já que a ampla diversidade de soluções na forma de remédios, oferece muitas possibilidades de analgésicos, antinflamatórios, remédios que atuam de forma positiva e relevante diante dos sintomas, como a dor, que costuma ser o principal sintoma de que algo não está funcionando bem com a saúde humana.

Mesmo que pareça não haver problemas significativos com isto, tente imaginar um problema sério (ou até nem tanto), com alguns de seus processos orgânicos, que resultem em dor, levando você a consumir os medicamentos para aliviar este sintoma…

Suponha que sua ação tenha sido bem-sucedida e a dor é aliviada e até solucionada completamente, o sintoma desaparece e você segue sua vida normalmente, ao menos, até a próxima dose, pois como você não resolveu a causa do problema, então esteja certo de que o sintoma retornará.

O organismo humano é um conjunto integrado, onde tudo se conecta e os sintomas costumam refletir diretamente no local original, mas muitas vezes (e não são poucas), o sintoma se expande para os sistemas associados (já que é tudo conectado) e uma pisada errada, por exemplo, pode refletir numa distorção do equilíbrio do tornozelo…

Com o tornozelo desequilibrado, o organismo tenta compensar, equilibrando através dos demais sistemas, o que leva a um desequilíbrio do joelho…

Estamos evoluindo o problema, e a compensação chega à cabeça do fêmur, e a dor do tornozelo já se agrega à dor do joelho desequilibrado e da região do quadril, tudo por espelhamento dos sintomas que começam lá na pisada errada…

Mas não para por aí…

Este conjunto dolorido faz com que o organismo tente ajustar o quadril para uma posição mais confortável (ou menos dolorida) e acaba desequilibrando a parte inferior da coluna vertebral, a lombar…

Sua dor chegou às costas e não parou aí…

Sobe pela dorsal, que com compensação muscular, deixou de ser apenas óssea e a musculatura sente o problema…

Dor na extensão das pernas, quadril, costas inferiores e média (lombar e dorsal), o que você faz?

Aumenta a dose e a variedade de medicamentos.

Consegue alívios importantes, mas o organismo aprende com as substâncias e elas se tornam cada vez mais necessárias…

Você toma mais medicamentos, cada vez mais fortes e em maiores doses…

A dor já se ampliou à cervical e seus conjunto superior do corpo, afetando ombros, peito, pescoço e, como não poderia deixar de ser, a cabeça, com a tradicional cefaleia…

O resultado é que você dói inteiro, da sola do pé ao topo da cabeça, literalmente…

Virou um poço de medicamentos poderosos, que vão perdendo o efeito, pois seu organismo assimila as drogas e, como toda a droga, você precisa de cada vez mais.

Chegamos ao já tradicional problema de viver à base de remédios e em constante companhia da dor.

Enquanto não resolvemos a causa original do problema (a pisada errada), não resolvemos o conjunto de sintomas originados a partir dali.

É aí que entram a fisioterapia e a osteopatia.

A solução definitiva é a única cura verdadeira

Encontrar a causa
Resolver na origem

A fisioterapia e a osteopatia compõem a ciência da verdadeira transformação, porque elas estão dentro do conjunto da saúde humana, mas atuam numa linha única e diferenciada, ao tratar dos problemas que afligem as pessoas.

A fisioterapia e osteopatia partem de um princípio de que o organismo é um conjunto único, composto por múltiplos processos conectados, que atuam em sintonia e equilíbrio e que as doenças e problemas relacionados à saúde, são originados no desequilíbrio de algumas destas funções conectadas.

O processo é teoricamente simples, já que um dos processos trabalham em conjunto, mas podem ser identificados de forma independente.

O problema (e a confusão), derivam do reflexo de sintomas que um problema emana para outro processo associado.

A pisada errada faz seus sintomas refletirem, em cadeia, aos demais processos associados, e esta sequência continua indefinidamente, indo resultar num conjunto de sintomas que, muitas vezes, vai parar lá na cabeça e a pessoa sente dor nos pés, nos joelhos, no quadril, nas costas, nos ombros, no pescoço e na cabeça, tudo com uma amplitude muito maior, enquanto a causa original é a pisada errada.

Claro que podemos tomar remédios de todos os tipos e as drogas são cada vez em maior número, o que torna “confortável” ir à farmácia e se abastecer com tantas opções.

O problema é que os remédios tratam os sintomas e não as causas.

Esta é a grande diferença para a fisioterapia e osteopatia.

O princípio da osteopatia é entender todo o processo da anomalia que gerou o desequilíbrio, pois o objetivo é identificar a causa, a origem do problema e a partir disto solucionar o conjunto sintomático.

A manipulação terapêutica…

A ferramenta da osteopatia é um conjunto formado pelo amplo conhecimento da anatomia e fisiologia humanos, associado à experiência científica do profissional e um fator determinante: sua sensibilidade táctil.

Isto mesmo: o profissional osteopata aplica o que chamamos de manipulação terapêutica como elemento transformador da realidade do paciente.

O profissional analisa a sintomatologia apresentada, faz uma anamnese completa, buscando compreender os hábitos alimentares do paciente, suas atividades físicas, seus padrões e condições emocionais e elabora uma percepção aguçada sobre o cenário, partindo para a prática da manipulação terapêutica.

Utilizando as mãos, o profissional analisa texturas, integridade, amplitudes, conexões, flexibilidades, firmeza, irregularidades e avança através dos sistemas, com foco na identificação da origem do problema.

Ao identificar a causa, o profissional já aplica a ação corretiva, também através da própria manipulação terapêutica, e este é o motivo pelo qual a maioria das pessoas que experimentam a osteopatia, referem melhoria quase plena já na primeira consulta.

A osteopatia, na verdade, costuma suprimir a necessidade de medicamentos, ao menos, na maioria dos casos.

Medicamentos são ótimos, mas apenas quando necessário

Medicamento não devem virar vício
Equilíbrio é a palavra

Medicamentos, portanto, são elementos básicos e importantes para a melhoria da qualidade de vida das pessoas, mas não podemos incorrer no erro do excesso, já que uma coisa é necessitar da medicação, outra é se tornar dependente dela e até se tornar vulnerável.

Medicamentos em excesso costumam gerar resistência orgânica, como qualquer droga, fazendo com que as doses precisem ser maiores e mais frequentes.

Em certo momento, perdem o efeito e os problemas aumentam, encontrando caminho aberto para seu agravamento.

É um equívoco acreditar que somente medicamentos curam, pois na essência, são muito poucos os casos onde os medicamentos são fundamentais e seu uso precisa ser contínuo.

A relação correta com os medicamentos deve ser transitória, em apoio a algum tratamento e não como tábua de salvação, sobretudo nos casos mais simples, e com destaque aos problemas musculoesqueléticos.

A osteopatia resolve grande parte dos problemas, no todo ou em partes expressivas e as pessoas conseguem superar suas dificuldades clínicas sem depender dos medicamentos para atingir uma melhor qualidade de vida.

Pense nisto!

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