Coluna vertebral é o centro neural e músculo esquelético do corpo e por si só, compõe o conjunto mais complexo do organismo humano, pois ao mesmo tempo que sustenta estruturalmente nosso corpo, atua como centro de distribuição neural do organismo, onde tudo se conecta.
A coluna vertebral realiza a conexão entre nosso cérebro e todo o restante do corpo, utilizando um intrincado conjunto de nervos de todos os tipos, passando pela medula espinhal, que é parte integrante do nosso sistema imunológico, onde o sangue é produzido e por onde passam sinais elétricos indo e vindo de nosso cérebro para o corpo, num caminho de 2 vias.
Sem dúvidas, a coluna vertebral é um dos nossos órgãos vitais.
Você vive sem uma perna, um braço, um rim, um pedaço do fígado, sem a vesícula, sem um pulmão, mas você não vive sem a coluna vertebral.
A osteopatia é especializada em saúde e não há como falarmos de saúde sem uma profunda abordagem da coluna vertebral, o ponto de conexão que reflete tudo o que acontece no organismo e isto faz com que seja o centro dos relatos de problemas relacionados à dor e outros sintomas.
Neste conteúdo vamos entender melhor o que é, como funciona e quais os principais problemas da coluna vertebral e o papel da osteopatia no seu tratamento e solução.
Consulta de osteopatia. O que acontece ali
Coluna vertebral é uma estrutura óssea que faz parte do sistema esquelético de todos os vertebrados.
Ela tem como funções principais sustentar e dar forma ao corpo, proteger a medula espinhal, permitir o movimento e participar da produção de células sanguíneas.
Para podermos avançar no potencial da osteopatia no tratamento e solução dos problemas relacionados à coluna vertebral, precisamos entender melhor o que compõe este conjunto espetacular.
A coluna vertebral é formada por 33 ossos chamados vértebras, que se articulam entre si por meio de discos intervertebrais, que são estruturas cartilaginosas que amortecem o impacto e facilitam a mobilidade.
As vértebras são divididas em cinco regiões, de acordo com a sua localização e características:
1 – Vértebras cervicais…
São sete vértebras localizadas na região do pescoço e são as menores e de maior mobilidade da coluna.
A primeira vértebra cervical, chamada de atlas, articula-se com o crânio e permite o movimento de sim e não da cabeça, por exemplo.
A segunda vértebra cervical, chamada de áxis, possui um processo ósseo denominado dente, que se encaixa no atlas e permite o movimento de rotação da cabeça.
2 – Vértebras torácicas…
São 12 vértebras localizadas na região do tórax e elas são maiores e menos móveis que as cervicais.
Elas se articulam com as costelas, formando a caixa torácica, que protege os órgãos vitais do peito, como o coração e os pulmões.
3 – Vértebras lombares…
São cinco vértebras localizadas na região lombar, ou seja, na parte inferior das costas e elas são as maiores e mais resistentes da coluna, pois suportam o peso do corpo e permitem a flexão e a extensão do tronco.
4 – Vértebras sacrais…
São cinco vértebras que se fundem e formam o osso sacro, que se articula com os ossos do quadril, formando a bacia.
O sacro é um osso triangular que contém quatro pares de forames, por onde passam os nervos sacrais.
5 – Vértebras coccígeas…
São quatro vértebras que se fundem e formam o cóccix, que é a parte mais inferior da coluna.
O cóccix é um vestígio evolutivo da cauda dos vertebrados e tem pouca função nos humanos, além de servir de apoio para alguns músculos do assoalho pélvico.
A medula…
A medula espinhal é um cordão nervoso que se estende desde a base do crânio até a primeira ou segunda vértebra lombar.
A medula é formada por neurônios e fibras nervosas que conduzem impulsos elétricos entre o cérebro e o restante do corpo.
A medula espinhal é protegida pelas vértebras, que formam um canal ósseo chamado canal vertebral.
A medula espinhal também é envolvida por três membranas chamadas meninges, que são a dura-máter, a aracnoide e a pia-máter.
Entre as meninges circula o líquido cefalorraquidiano, que tem função de nutrir, proteger e amortecer a medula.
A medula espinhal é responsável pela centralização do sistema de conexão neural do organismo, ou seja, pela integração das informações sensoriais e motoras que chegam e saem do cérebro.
A medula espinhal também é responsável pelos reflexos, que são respostas rápidas e involuntárias a estímulos específicos, como a retirada da mão de uma superfície quente.
Os reflexos são mediados por circuitos neuronais simples, chamados de arcos reflexos, que envolvem receptores sensoriais, neurônios aferentes, neurônios eferentes e efetores (músculos ou glândulas).
Sustentação estrutural…
A coluna vertebral também está relacionada com a sustentação musculoesquelética do corpo, pois ela se conecta com os músculos e os tendões que permitem o movimento.
Os músculos são tecidos formados por células contráteis, que se unem aos ossos por meio de tendões, que são feixes de fibras resistentes.
Os músculos se contraem e relaxam de forma coordenada, gerando força e movimento.
Os músculos que se ligam à coluna vertebral são classificados em três grupos principais:
1 – Músculos extensores…
São os músculos que se localizam na parte posterior da coluna e têm a função de estender o tronco e a cabeça.
Eles são formados pelos músculos espinhais, que se dividem em esplênios, eretores da espinha e transverso-espinhais.
2 -Músculos flexores…
São os músculos que se localizam na parte anterior da coluna e têm a função de flexionar o tronco e a cabeça.
Eles são formados pelos músculos abdominais, que se dividem em reto abdominal, oblíquo externo, oblíquo interno e transverso do abdome.
3 – Músculos laterais…
São os músculos que se localizam na parte lateral da coluna vertebral e têm a função de flexionar lateralmente o tronco e a cabeça.
Eles são formados pelos músculos intercostais, que se dividem em externos e internos, e pelos músculos quadrado lombar e iliopsoas.
A coluna vertebral é uma estrutura complexa e fundamental para o corpo humano, pois ela participa de diversas funções, como a sustentação, a proteção, a comunicação e o movimento.
A coluna vertebral também está sujeita a diversas doenças e lesões, que podem comprometer a sua integridade e funcionalidade e é neste ponto que a osteopatia começa a fazer a diferença na qualidade de vida das pessoas, pois sua filosofia de saúde integrativa é preparada para atuar não apenas nos sintomas, mas na busca e tratamento da origem do problema.
A ação da osteopatia no tratamento
Por se tratar do centro neural e de sustentação do organismo, a coluna vertebral recebe impacto direto de tudo o que acontece no corpo, seja através dos mecanismos sensoriais ou de sustentação esquelética.
Quando um indivíduo pisa errado, por exemplo, esta anomalia cria uma cadeia de acontecimentos e intercorrências que acabam resultando em problemas relatados na coluna.
Ao pisar errado o tornozelo compensa o desequilíbrio, pois é comandado pelo cérebro para manter o corpo centralizado e apoiado.
A compensação do tornozelo reflete no joelho, que também muda sua formatação original para ajustar a alteração.
O joelho reflete no quadril, que se ajusta também, propagando este reflexo para a base do tronco, mais precisamente, no conjunto inferior da coluna vertebral, que por sua vez, remete esta distorção mais para cima, para quase toda a sua extensão, muitas vezes, chegando ao crânio.
Por fim, é muito comum alguém chegar à clínica relatando fortes dores de cabeça que não passam nunca, mesmo depois de ter ido a vários especialistas e se entupido de remédios de todos os tipos.
São muitas as vezes em que somente a osteopatia consegue descobrir que o problema acontece porque a pessoa tem problemas em sua pisada, e quem iria imaginar?
Uma palmilha resolve o problema, com algumas sessões e pouca intervenção.
Este é só um exemplo de como é importante a compreensão do organismo como um elemento único e integrado, onde milhares de processos acontecem o tempo todo, em perfeita harmonia e equilíbrio e a coluna vertebral está literalmente no centro de tudo o que acontece no organismo, para o bem e para o mal.
Se algo se desajusta, seja qual for o motivo, fatalmente, dependendo de sua situação, isto chegará à coluna e os sintomas tendem a refletir em todo o corpo ou em partes específicas, algumas vezes, bem longe de sua verdadeira origem, como no exemplo relatado.
Já sabemos que a coluna vertebral é uma estrutura essencial para o corpo humano, pois ela sustenta o tronco, protege a medula espinhal, permite a movimentação e participa da comunicação entre o sistema nervoso central e periférico.
A coluna vertebral também está sujeita a diversos problemas que podem causar dor, limitação funcional e comprometimento da qualidade de vida.
Os problemas de saúde da coluna podem ter origem em fatores como má postura, sedentarismo, obesidade, envelhecimento, traumas, inflamações, infecções, tumores, alterações congênitas ou hereditárias, entre outros e normalmente a osteopatia consegue auxiliar e resolver a maioria deles.
Alguns dos principais problemas de saúde da coluna conhecidos…
1 – Hérnia de disco…
Ocorre quando um disco intervertebral, que é uma estrutura cartilaginosa que fica entre as vértebras, se desloca ou se rompe, comprimindo os nervos da região.
A hérnia de disco pode causar dor na coluna, que pode irradiar para os braços ou as pernas, dependendo da localização da lesão.
A hérnia de disco também pode provocar formigamento, queimação, fraqueza ou perda de sensibilidade nos membros afetados…
2 – Bico de papagaio…
Os osteócitos são uma formação óssea anormal nas bordas das vértebras, que se assemelha ao bico de um papagaio.
O bico de papagaio é causado pelo desgaste da cartilagem das articulações da coluna, que ocorre com o envelhecimento ou com doenças como artrose, artrite ou hérnia de disco.
O bico de papagaio pode causar dor nas costas, rigidez, redução da mobilidade e compressão dos nervos.
3 – Escoliose…
É uma deformidade na curvatura da coluna, que faz com que ela se desvie para os lados, formando um S ou um C.
A escoliose pode ser causada por fatores genéticos, congênitos, neuromusculares, posturais ou idiopáticos (sem causa definida).
A escoliose pode causar dor nas costas, assimetria dos ombros, dos quadris ou das escápulas, dificuldade respiratória e comprometimento da autoestima.
4 – Artrose na coluna…
É uma doença degenerativa que afeta as articulações da coluna, provocando o desgaste da cartilagem e a inflamação dos tecidos ao redor.
A artrose na coluna pode ser causada pelo envelhecimento, pelo excesso de peso, pelo uso repetitivo da coluna ou por traumas.
A artrose na coluna pode causar dor nas costas, rigidez, redução da mobilidade e formação de bicos de papagaio.
5 – Osteoporose…
É uma doença que diminui a densidade e a resistência dos ossos, tornando-os mais frágeis e suscetíveis a fraturas.
A osteoporose pode afetar qualquer osso do corpo, mas é mais comum na coluna, no quadril e no punho.
A osteoporose pode ser causada pela deficiência de cálcio, vitamina D, hormônios ou por fatores genéticos, ambientais ou comportamentais.
A osteoporose pode causar dor nas costas, diminuição da estatura, deformidade da coluna e fraturas espontâneas ou por traumas leves.
Esses são alguns dos problemas de saúde da coluna que podem causar dor e outros sintomas.
A osteopatia é ótima no processo porque possui um dos diagnósticos mais completos dentre os serviços de saúde e isto é fundamental para diagnosticar não apenas o problema, mas a causa original da dor e iniciar o tratamento adequado, que pode sim incluir medicamentos, mas que na maioria das vezes também pode ser resolvido apenas com osteopatia, exercícios, mudanças de hábitos e comportamentos.
É recomendável adotar medidas preventivas, como manter uma boa postura, praticar atividades físicas, controlar o peso, evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool e ter uma alimentação saudável e equilibrada.
Coluna vertebral precisa de cuidado, proteção e osteopatia
Coluna vertebral precisa ser cuidada, como todo o corpo, mas em especial, pois estamos falando de um dos principais conjuntos do corpo, mantendo nossa estrutura funcional e de mobilidade, além de centralizar tudo o que determina a utilização de nossos principais sentidos e movimentos.
A osteopatia é a ciência perfeita para lidar com este conjunto maravilhoso que é a coluna vertebral e utiliza a sua principal ferramenta, a manipulação terapêutica para identificar as anomalias e aplicar as técnicas transformadoras, que devolvem a qualidade de vida às pessoas.
Osteopatia e a autocura…
Como já abordamos em outros conteúdos, a osteopatia se baseia em quatro princípios fundamentais:
- O corpo é uma unidade funcional, que integra os aspectos físicos, mentais e emocionais;
- O corpo possui mecanismos de autocura e de autorregulação, que permitem a adaptação às mudanças internas e externas;
- A estrutura e a função do corpo estão inter-relacionadas, ou seja, uma alteração em uma parte do corpo pode afetar o funcionamento de outras partes;
- O tratamento osteopático deve ser baseado no conhecimento da anatomia, da fisiologia e da biomecânica do corpo.
O processo de autocura praticado pela osteopatia consiste em estimular a capacidade natural do corpo de se recuperar de doenças, lesões ou desequilíbrios, sem o uso de medicamentos ou cirurgias.
O osteopata utiliza técnicas manuais que visam liberar as restrições de movimento, melhorar a circulação sanguínea e linfática, reduzir a inflamação, aliviar a dor, equilibrar o sistema nervoso e harmonizar o funcionamento dos órgãos.
Já sabemos também que a osteopatia considera o corpo como um todo, e não apenas o local da dor ou do sintoma, pois ela avalia o paciente de forma global, observando a postura, a respiração, a mobilidade, a sensibilidade, a história clínica e o estilo de vida.
A partir dessa avaliação, o osteopata identifica as causas e as consequências das disfunções do corpo, e elabora um plano de tratamento individualizado, que pode envolver diferentes áreas da osteopatia.
O processo de autocura praticado pela osteopatia é baseado na ideia de que o corpo possui uma inteligência inata, que busca o equilíbrio e a saúde.
A osteopatia atua como um facilitador desse processo, oferecendo ao corpo as condições necessárias para que ele se cure por si mesmo.
A coluna vertebral é intrincada, complexa e de múltiplas variáveis em sua composição e função.
O profundo conhecimento anatômico e fisiológico do osteopata é relevante para proporcionar o diagnóstico perfeito, identificando a causa e aplicando o melhor tratamento, o que ativa sistemas de autocura, associados à correção natural que a manipulação terapêutica proporciona.
Coluna vertebral e osteopatia foram feitos um para o outro.