ATM é obviamente uma abreviatura e abreviaturas existem para facilitar a compreensão de expressões longas e complexas e, acredite, ATM representa com louvor uma destas expressões: ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR.
ATM é o que une a mandíbula ao crânio, em sua conexão com a têmpora.
A ATM é o sistema que executa e controla a mastigação, a abertura e fechamento da boca.
Difícil tentar imaginar quantas vezes por dia, ou por semana, ou por mês, ou por ano, ou através da vida inteira de uma pessoa, os movimentos mandibulares são executados, mas certamente este é um dos sistemas mais acionados em todo o nosso organismo.
A complexidade e precisão do sistema da ATM é tão importante e sensível, que qualquer desajuste ou desequilíbrio provoca desestabilização numa série de outros sistemas do corpo, principalmente na sua parte superior, causando dores crônicas importantes e, muitas vezes, incapacitantes.
O mais impressionante é que apesar da maior parte das dores crônicas estarem ligadas, direta ou indiretamente, à ATM, o seu diagnóstico não é tão comum e, muitas vezes, médicos e especialistas avançam sobre diversas outras possibilidades, aplicando paliativos, sem solucionar a origem do problema que, quando diagnosticada, resulta na mudança total da qualidade de vida das pessoas.
ATM. Definição e Estrutura
ATM a conexão da mandíbula com o crânio, o que ocorre com a união do processo condilar da mandíbula e o osso temporal.
Os aspectos de simetria plena deste conjunto articular exigem precisão permanente, pois compõe um sistema abrangente e complexo.
A ATM se liga com a estrutura de topo da coluna cervical, onde também se dá a sustentação da base do crânio, em sua conexão com o crânio, formando conjunto com a cinta escapular, o que dá à ATM, a aparência e funcionalidade similar a um pêndulo, o que exige equilíbrio fino e constante, pois qualquer distonia nesse conjunto, se reflete diretamente na estrutura vertebral superior (lombar e dorsal), causando dores e desconfortos de diversos níveis, chegando facilmente ao patamar do insuportável.
Só isto já demonstra que se trata de uma área complexa e delicada.
A maior parte dos problemas de ATM atinge diretamente o próprio sistema, mas suas consequências se refletem na cabeça, pescoço, escápula (omoplata ou paleta), membros superiores e estrutura lombar e dorsal.
Embora não seja comum, existem muitos casos relacionados às partes inferiores da coluna e membros inferiores, em que foram também diagnosticados problemas de ATM, o que não descarta esta abrangência maior do problema.
A construção estrutural da ATM
A ATM é classificada como uma articulação sinovial, porque mantém espaço funcional entre os ossos de sua composição, espaço este que é irrigado e lubrificado por líquido sinovial.
A ATM conjuga 2 superfícies:
- No lado temporal, a conexão é chamada de fossa mandibular, uma espera côncava na parte escamosa do osso da têmpora;
- Na mandíbula o encaixe se dá pela região conhecida como côndilo da mandíbula.
A ATM em seu conjunto, está contida numa estrutura fibrosa, denominada cápsula articular, com tecido conjuntivo fibroso, onde tudo isto é conectado e estabilizado por 3 ligamentos:
- LIGAMENTO ESFENOMANDIBULAR (Ligamento lateral interno);
- LIGAMENTO TEMPOROMANDIBULAR (Ligamento lateral externo);
- LIGAMENTO ESTILOMANDIBULAR (Ligamento estilomaxilar).
As disfunções de ATM (D-ATM ou DTM)
A ATM surgiu e evoluiu para proporcionar um funcionamento perfeito, equilibrado e ajustado, mas alguns problemas podem acontecer e desestabilizar esta importante articulação e seu funcionamento e, para isto, a ciência encontrou o nome de DISFUNÇÃO DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR ou, simplesmente, D-ATM, ou ainda, DTM.
A disfunção ATM atinge, direta ou indiretamente, maxilar, os ligamentos e os músculos responsáveis pelo funcionamento desta articulação, levando seus reflexos a diversos outros sistemas do organismo.
São muitas as possibilidades de causas da disfunção ATM, a maioria ainda desconhecidas ou inexploradas, mas as principais podem ser definidas como:
- ARTRITE;
- TRAUMA;
- MÁ CONFORMIDADE DE NASCENÇA;
- PROBLEMAS NA CONFORMAÇÃO DOS DENTES;
- RANGER E MORDEDURA.
Embora a disfunção ATM seja comum em todos os grupos humanos, estudos apontam que existe uma incidência mais representativa entre mulheres na faixa de 20 a 40 anos.
Os mesmos estudos também apontam para outros pontos facilitadores da ocorrência de disfunção ATM, como:
- APARELHOS ORTODÔNTICOS COM USO PROLONGADO;
- MÁ POSTURA CORPORAL;
- ESTRESSE;
- MÁ ALIMENTAÇÃO;
- PROBLEMAS NO SONO.
Disfunção da Articulação Temporomandibular e seus sintomas diretos
A disfunção ATM causa sensações dolorosas de todos os níveis, que podem ir de um simples desconforto até dores insuportáveis e incapacitantes.
Normalmente a disfunção ATM não tratada tende a evoluir com o tempo e seus sintomas também, principalmente a dor.
As regiões onde mais se sentem os desconfortos dolorosos e onde eles primeiro se manifestam antes de lançar seus reflexos para outras regiões são, de forma mais significativa, as seguintes:
- A área de localização da ATM;
- Rosto;
- Pescoço;
- Ombros;
- Região posterior às orelhas, principalmente em mastigação ou abertura e fechamento da boca.
Alguns dos principais sintomas de problemas de disfunção ATM são:
- Limitação no ângulo de abertura da boca;
- Tendência de prisão do maxilar na posição aberta ou fechada;
- Emissão de ruídos nos movimentos de abertura e fechamento da boca, acompanhados ou não de dor ou desconforto;
- Sensação de esforço excessivo no rosto;
- Dificuldade de mastigação, irregularidade na mordedura ou desconforto;
- Inchaço;
- Sensação de sons semelhantes a zumbidos, de forma intermitente.
Uma série de outros sintomas de disfunção ATM tendem a se incorporar conforme o problema vai evoluindo e seu diagnóstico não é realizado.
As pessoas passam a apresentar dores de dente, dores de cabeça, dores de ouvido, tontura, sintomas de labirintite (como perda de equilíbrio), problemas de audição, dores nos ombros e na parte superior das costas.
Também é bom lembrar que os sintomas de disfunção ATM podem ocorrer isoladamente ou em conjunto e atingem 1 ou até os 2 lados da face simultaneamente.
Como é feito o diagnóstico da Disfunção da Articulação Temporomandibular
Diagnosticar uma disfunção ATM não é um processo exatamente simples.
Apenas nos tempos recentes se tem dado maior importância ao problema, já que tem sido grande o número de ocorrências e, mais que isso, se sabe que são muitas as pessoas que passam por tratamento de diversas outras hipóteses, sem chegar diretamente à origem do problema, que é a disfunção ATM.
Muitos médicos de todos os setores da medicina, costumam investigar uma série de outras possibilidades de forma isolada, deixando de avaliar a probabilidade daquele sintoma (ou conjunto sintomático) ser decorrente da disfunção da articulação temporomandibular, o que consome recursos, esforços e, sobretudo, um precioso tempo em que o alívio já poderia estar atuando.
O fato é que o aumento das ocorrências voltou atenções ao problema da disfunção ATM e hoje existe uma precaução maior dos profissionais em avaliar também esta hipótese, embora este índice ainda esteja longe do ideal.
Não existe um procedimento padronizado de diagnóstico da disfunção ATM.
O que é comum em todos os processos básicos desta análise é, em primeiro lugar, uma avaliação de sensibilidade local, com apalpação da zona da ATM e percepção da eventual manifestação de dor por parte do paciente.
Outra ação comum é a análise da mordedura, do equilíbrio de posicionamento da mandíbula, do encaixe dos dentes, da eventual existência de estalos ou desconfortos no ato da mastigação, dentre outros procedimentos de avaliação.
Além dos procedimentos de apalpação, o profissional encarregado do diagnóstico também é conta com a utilização de recursos tecnológicos, como o raio x, a ressonância magnética e a tomografia computadorizada.
Os tratamentos e terapias utilizados para enfrentar a Disfunção Temporomandibular
A disfunção ATM, quando diagnosticada, possui diversas formas de ser atacada, algumas através de tratamentos mais radicais e até invasivos e outras na forma de terapias neutralizadoras e até curativas, pois costumam ir na essência do problema.
Os profissionais que tratam de disfunção ATM são, basicamente, o dentista, que costuma realizar a maior parte do diagnóstico, médicos de diversas especialidades que também se deparam com o diagnóstico da disfunção ATM, mas a maioria chega ao diagnóstico depois de experimentar uma série de outras possibilidades e muitos, erradamente, só chegam à disfunção ATM por eliminação (quando chegam).
Uma constatação positiva que tem chamado à atenção é a eficiência do fisioterapeuta não apenas no diagnóstico da disfunção ATM, mas no seu tratamento completo, com um elevado índice de cura, o maior dentre todas as opções não invasivas.
Enquanto médicos fazem uso de relaxantes musculares, analgésicos, sedativos, antidepressivos tricíclicos e até avançam para artrocentese (infiltração para lubrificação), artroscopia, cirurgia reparatória e toxina botulínica, a fisioterapia costuma agir na estrutura do problema, corrigindo posturas, retreinando movimentos, reeducando funcionalidades nos sistemas, o que costuma corrigir definitivamente a origem, resultando em alívio permanente e duradouro.
Obviamente cada caso é um caso e a disfunção ATM possui origens, manifestações e reações diferentes em cada indivíduo e, por vezes, dependendo das causas específicas, o simples reposicionamento e melhoria das funcionalidades propostas pelas terapias não invasivas, são insuficientes para os diferentes estágios de evolução do problema.
Nestes casos, as demais alternativas são relevantes, individualmente ou quando aplicadas em grupo.
O que realmente tem dado resultado no tratamento da Disfunção Temporomandibular
Independente do grau de evolução do problema, do tipo de tratamento que será utilizado e as medicações que serão aplicadas, o simples diagnóstico da disfunção ATM já pode ser considerado uma vitória, pois é possível encarar o problema, bem como enfrentar tudo o que precisa ser enfrentado para resolver ou diminuir seu impacto sobre a vida das pessoas.
Alguns comportamentos passam a fazer parte da vida de quem tem a felicidade de diagnosticar uma disfunção ATM (sim, é uma felicidade, muito maior do que viver de consultório em consultório tentando descobrir a origem daquele problema para o qual ninguém parece ter a resposta).
A mudança de comportamento envolve um necessário alívio na estrutura comprometida, no caso, a articulação temporomandibular.
Comer alimentos mais fáceis de serem mastigados, que exijam menor esforço de mastigação; evitar movimentos bruscos da mandíbula, não utilizar o queixo como apoio ao telefone, forçando-o em direção ao ombro e nem mesmo apoiar o queixo com as mãos; evitar a esfregação dos dentes ou o seu ranger; praticar exercícios de relaxamento da região e, em muitos casos, praticar a aplicação de compressas frias, que têm o poder anti-inflamatório natural.
Prevenção e cura da Disfunção ATM
Para a disfunção ATM também é válida a máxima de que a prevenção é o melhor remédio.
Descobrir o problema em suas fases iniciais ou, de preferência, antes mesmo dele se instalar é um diferencial importante na cura desta enfermidade que atinge tanta gente.
Podemos imaginar que algo tão difícil de ser diagnosticado mesmo após sua plena instalação no organismo, seja de difícil previsão também.
É verdade!
Ocorre que, independente do diagnóstico ou não, a simples busca de alternativas preventivas já tende a resolver o problema antes mesmo de sua instalação.
A fisioterapia, por exemplo, é o caminho mais indicado para lidar com este problema, em todos os aspectos e, principalmente, nas suas fases iniciais ou em busca de prevenção.
A filosofia da fisioterapia, em toda a sua abrangência, trabalha com a correção de sistemas e funções que estejam em desequilíbrio, em qualquer parte do corpo.
No caso da disfunção ATM, sua simples suspeita vai levar o profissional de fisioterapia a atuar no reposicionamento das estruturas da região, mesmo que ela não apresente maiores sintomas e, ao corrigir posturas, reequilibrar sistemas articulares, reprogramar o funcionamento das estruturas musculares, por si só, já irá, não apenas resolver o problema, mas também, por lidar com a origem da maior parte das ocorrências de disfunção ATM, tende a evitar que o mal se instale, pelo simples fato de eliminar suas causas antes de acontecer a anomalia.
Mesmo que o profissional de fisioterapia não consiga resolver completamente o problema, que em certos casos precisa de ações mais radicais, certamente ele é um dos profissionais melhores capacitados para diagnosticar o problema e apontar sua amplitude, o que encaminha a solução conjunta com outros profissionais e especialidades.
De qualquer maneira, se uma pessoa tem o problema de disfunção ATM, certamente irá precisar do apoio de um fisioterapeuta, mesmo que necessite também de outro profissional.
O que normalmente acontece é que muitos casos podem ser resolvidos apenas pelo fisioterapeuta, o que normalmente não acontece com outras especialidades.
Se você for ao dentista, por exemplo, é bem provável que, além dele, você também precise ir ao fisioterapeuta para corrigir as origens posturais e de funcionalidade do organismo, enquanto nem sempre o fisioterapeuta irá necessitar da ação de outro profissional para complemento, porque normalmente, ele resolve a origem.
A verdade é que quanto mais o problema se desenvolve sem tratamento adequado, mais as articulações e seus sistemas vão sendo comprometidos.
Como na maior parte das doenças, quanto antes acontecer o diagnóstico, maiores são as chances de cura.
Um fator determinante que pode ampliar o agravamento da disfunção ATM é a tendência biológica da pessoa desenvolver artrite, o que pode ser constatado em outras articulações do corpo, pois se esta tendência existe, aumenta a possibilidade da articulação temporomandibular também ser base para o problema, o que agrava os sintomas e exige um tratamento mais radical.
Existem casos em que os problemas instalados chegam a se tornar irreversíveis, o que pode levar, até mesmo, à necessidade de cirurgias reparadoras e até de reconstrução das estruturas afetadas.
Na imensa maioria dos casos, diagnósticos precoces e acompanhamento frequente de fisioterapeutas diminuem em muito a incidência de agravamento do problema ou a instalação crônica da disfunção ATM.
Uma vida saudável, baseada em sua qualidade, com boas relações, um trabalho satisfatório, todos são elementos que aliviam o estresse (outro fator importante para o surgimento do problema), diminuindo a tensão.
Um condicionamento físico adequado, um peso equilibrado e uma postura corporal correta, praticamente eliminam a possibilidade de ocorrência do problema.
Dor crônica e Disfunção ATM... Você não precisa viver isto
Disfunção da articulação temporomandibular está na origem da maioria dos processos de dor crônica na parte superior do corpo humano.
Já existem estudos que comprovam que uma parte das dores crônicas nos membros inferiores e na parte lombar da coluna, também estão associadas com o que acontece lá em cima.
Tudo faz parte de um mesmo sistema.
Tudo está conectado.
A articulação temporomandibular está plenamente ligada à parte superior da coluna, bem no entroncamento de sustentação da cabeça junto ao pescoço, atrelada ao conjunto principal de ramificação nervosa que desce para todo o resto do organismo.
É de se imaginar que qualquer problema, por menor que seja, atingindo esta região, tem o potencial de comprometer todo o resto do corpo.
Mesmo que o seu problema não chegue às partes inferiores, que como na maioria dos casos, se concentre apenas nesta zona superior, ainda assim você terá dores constantes numa região ampla, que inicia com aquelas dores de cabeça que, mesmo que não sejam muito fortes, serão permanentes, levando quase ao desespero.
Médicos irão medicar você para enxaqueca e, muito rapidamente, aquela parafernália de remédios poderosos, analgésicos cavalares, vão parecer placebo diante do desenvolvimento e constância da dor.
Seus ombros parecerão estar carregando sempre um saco de cimento, enquanto seus braços aparentarão dormência.
Respirar será dolorido, imagine mastigar, falar, bocejar.
Seu pescoço parecerá estar pegando fogo.
Dor de cabeça?
Em estágios avançados da disfunção ATM, os relatos dão conta de que a espada do Conan – O Bárbaro, está atravessada de fora a fora na cabeça e, de vez em quando, vem alguém, segura no cabo e dá uma chacoalhada.
Calma!
Você não precisa passar por tudo isto.
A tecnologia evolui e, cada vez mais, novas soluções aparecem neste segmento em específico.
Em todos os campos da medicina existem soluções que, isoladamente ou de forma integrada, trazem alívio e até a cura total para este grave problema que afeta tanta gente.
Identifique a possibilidade de ser esta a origem de suas dores inexplicáveis.
Consulte um profissional que possa auxiliar em seu diagnóstico.
Quanto antes você conseguir descobrir sua disfunção ATM, antes você chegará na cura.
A boa notícia é que, uma vez diagnosticado o problema de disfunção da articulação temporomandibular, a tendência é de melhoria contínua, mesmo que seu caso não ofereça a cura total, sempre irá melhorar.
Na fisioterapia isto é bem latente, pois além dos processos curativos, o sistema de reeducação postural, de correção das funções dos diversos mecanismos do corpo, dentre eles a própria articulação temporomandibular, por si só, vão fazer você ver a luz no fim do túnel e, com a prática, a frequência das terapias e a disciplina nos tratamentos, certamente encontrará uma zona de conforto suportável e, na maioria das vezes, a cura total do problema.
São muitos os depoimentos de pessoas que dizem ter “nascido de novo” depois de ter buscado a ajuda de um profissional especializado em atuar de forma decisiva na terapia e cura dos problemas de disfunção da articulação temporomandibular.
Quer se livrar da dor crônica, comece fazendo sua parte.