Dor é um sintoma e assim deve ser considerado, já que é uma defesa do organismo para apontar problemas e anomalias em alguns dos tantos processos que formam o organismo humano e seu funcionamento.
Nosso corpo é um conjunto complexo de múltiplos processos que atuam de maneira integrada, com operações independentes, mas conectadas, tudo em perfeita harmonia e equilíbrio.
Eventualmente, alguma anomalia pode provocar um distúrbio neste equilíbrio e isto faz com que aconteçam manifestações orgânicas deste problema.
Os processos associados à anomalia apresentam falhas funcionais, de acordo com o nível do desequilíbrio e o primeiro resultado desta situação é uma sensação de dor, que pode variar em intensidade de acordo com a amplitude do problema.
Muitas vezes, a sensação de dor aparece na região afetada, dando sinais da origem do problema, mas em muitos casos, a dor é um reflexo que aparece em sistemas associados, ou seja, a origem está distante de onde o sintoma aparece, refletida pela conexão entre os sistemas, uma dor de cabeça pode ter a origem no calcanhar, assim como uma dor na cervical pode ter sua origem no joelho, e por aí vai.
Nós vamos abordar a dor com uma análise geral e prática, suas características, configurações, manifestações e estatísticas, com ênfase na osteopatia, que é a ciência mais focada na compreensão e tratamento da dor.
Dor é apenas um sintoma
Dor não é o problema, é a manifestação dele e isto faz toda a diferença na hora de tratar a situação.
Muita gente toma o remédio para a dor, o que costuma promover alívio, mas a origem ainda está ali e isto faz com que a dor retorne, tão logo passe o efeito do analgésico, ou o problema original se agrave e faça a dor retornar, além de ser cada vez mais forte e resistente aos remédios.
Dor é uma sinalização e podemos afirmar que a dor é comum, mas não deve ser encarada como normal.
Ignorar a dor, suas características e permanência, é ignorar um sintoma que alerta para algo de anormal ocorrendo no organismo, algum desequilíbrio, que possui uma causa desconhecida e que deve ser investigado.
A maior parte dos problemas relacionados à dor, quando não tratados adequadamente, em sua origem, acabam se transformando naquilo que é conhecido como dor crônica, ou seja, começa a fazer parte da realidade do indivíduo, uma espécie de companhia ingrata que estará sempre ali.
Características da dor crônica…
Segundo a OMS, dor crônica é aquela que persiste por mais de três meses, mesmo após o tratamento da lesão ou doença que a originou.
Ela afeta a qualidade de vida das pessoas, causando sofrimento físico e emocional, além de interferir nas atividades diárias e no trabalho.
Já sabemos que a dor é um sintoma que indica que algo não está bem no organismo.
Ela é uma forma de alerta e de defesa, que nos faz buscar ajuda e evitar maiores danos.
Em alguns casos, a dor se torna um problema em si, sem uma causa clara ou uma função protetora.
São poucos os casos de dor crônica por origem, ou seja, que têm uma fonte identificável e tratável.
Na maioria das vezes, a dor crônica é resultado de alterações no sistema nervoso, que passa a enviar sinais de dor mesmo na ausência de estímulos nocivos.
Existem diferentes tipos de dor crônica, que podem ser classificados de acordo com a sua localização, intensidade, duração, frequência e características…
1 – Dor neuropática…
É causada por lesões ou disfunções nos nervos, na medula espinhal ou no cérebro.
Ela pode se manifestar como uma sensação de queimação, choque, formigamento, dormência ou agulhadas.
Alguns exemplos de condições que podem causar dor neuropática são diabetes, herpes zoster, neuralgia do trigêmeo, acidente vascular cerebral e esclerose múltipla.
2 – Dor nociceptiva…
É causada por estímulos que ativam os nociceptores, que são receptores de dor presentes na pele, nos músculos, nas articulações e nos órgãos internos.
Ela pode ser somática, quando afeta os tecidos superficiais ou profundos, ou visceral, quando afeta os órgãos internos.
Podemos citar alguns exemplos de problemas que podem causar dor nociceptiva, como artrite, fibromialgia, câncer, úlcera e cólica renal.
3 – Dor mista…
É causada pela combinação de lesões ou disfunções nos nervos e nos tecidos.
Ela envolve tanto componentes neuropáticos quanto nociceptivos.
Alguns casos com esta característica são lombalgia crônica, dor pélvica crônica, dor orofacial e dor pós-operatória.
4 – Dor psicogênica…
É causada ou influenciada por fatores psicológicos, como estresse, ansiedade, depressão, trauma e personalidade.
Ela pode ser associada ou não a uma causa orgânica.
Alguns exemplos de condições que podem causar dor psicogênica são cefaleia tensional, síndrome do intestino irritável, síndrome da fadiga crônica e fibromialgia.
5 – Dor idiopática…
É aquela que não tem uma causa conhecida ou explicável.
Ela pode ser persistente ou intermitente, localizada ou generalizada, e variar em intensidade e características.
Dor crônica generalizada, dor crônica regional e dor crônica refratária se destacam neste perfil.
O tratamento da dor crônica depende do tipo, da causa, da intensidade e do impacto da dor na vida da pessoa.
Ele pode envolver medicamentos, terapias físicas, psicológicas, comportamentais, alternativas e complementares, além de procedimentos invasivos, como bloqueios nervosos, estimulação elétrica, infusão de medicamentos e até cirurgias.
O objetivo é aliviar a dor, melhorar a funcionalidade, reduzir o sofrimento e aumentar a qualidade de vida.
É neste contexto que a osteopatia vem se destacando cada vez mais, pois mesmo nos casos relacionados a dores crônicas, a osteopatia sempre melhora a condição do paciente, em 100% dos casos.
A osteopatia no tratamento
A osteopatia é uma ciência que aplica uma abordagem terapêutica que visa tratar a pessoa como um todo, considerando os aspectos físicos, emocionais, mentais e sociais da saúde.
A osteopatia se baseia no princípio de que o corpo possui uma capacidade de autocura e de equilíbrio, que pode ser estimulada por meio de técnicas manuais, conhecido como manipulação terapêutica.
A osteopatia tem se destacado no tratamento da dor, em quase toda a sua abrangência, pelo fato de praticar a saúde integrativa e buscar a causa original do problema.
Ao invés de focar apenas no sintoma, a osteopatia procura identificar e corrigir as disfunções que afetam o funcionamento do organismo, como restrições de mobilidade, alterações posturais, desequilíbrios musculares, tensões emocionais, entre outras.
A osteopatia utiliza diversas técnicas de manipulação terapêutica, que podem ser aplicadas em diferentes partes do corpo, de acordo com a necessidade e a avaliação de cada paciente.
Algumas das principais técnicas aplicadas pela osteopatia são as seguintes…
1 – Técnicas estruturais…
São aquelas que visam restaurar a mobilidade e o alinhamento das articulações, dos ossos e dos ligamentos, por meio de movimentos de tração, compressão, rotação ou deslizamento.
Elas podem ser de baixa ou alta velocidade, dependendo da intensidade e da rapidez do movimento.
Alguns exemplos de técnicas estruturais são as manipulações articulares, as mobilizações passivas e as técnicas de energia muscular.
2 – Técnicas funcionais…
São aquelas que visam facilitar a adaptação e a harmonização do corpo às suas demandas, por meio de movimentos suaves e lentos, que seguem a direção de maior facilidade e conforto.
Estas técnicas podem ser ativas, quando o paciente participa do movimento, ou passivas, quando o terapeuta conduz o movimento.
Algumas das técnicas funcionais mais aplicadas são as técnicas de liberação posicional, as técnicas de Jones e as técnicas de Still.
3 – Técnicas cranianas…
Estas são aquelas que visam equilibrar o ritmo e a mobilidade do crânio e do sistema nervoso central, por meio de movimentos sutis e delicados, que seguem o movimento involuntário dos ossos cranianos.
Estas técnicas podem ser diretas, quando o terapeuta aplica uma força sobre o crânio, ou indiretas, quando o terapeuta acompanha o movimento do crânio.
Podemos citar alguns exemplos de técnicas cranianas como as técnicas de liberação craniana, as técnicas de equilíbrio craniano e as técnicas de liberação do nervo vago.
4 – Técnicas viscerais…
São aquelas técnicas que visam melhorar a mobilidade e a função dos órgãos internos, por meio de movimentos de pressão, tração ou vibração, que seguem o movimento natural dos órgãos.
Estas técnicas podem ser aplicadas diretamente sobre o órgão, ou indiretamente, por meio de pontos reflexos ou de cadeias musculares.
As mais comuns são as técnicas de liberação visceral, as técnicas de normalização visceral e as técnicas de bombeamento visceral.
A osteopatia tem demonstrado resultados positivos marcantes no tratamento de diversas condições que causam dor, como dores lombares, da coluna vertebral, das articulações, sistema muscular e osteopatia visceral.
Alguns dos benefícios da osteopatia no tratamento objetivo da dor são os seguintes…
- Alívio da dor e da inflamação;
- Melhoria da circulação sanguínea e linfática;
- Melhoria da respiração e da digestão;
- Melhoria da postura e da flexibilidade;
- Melhoria da imunidade e da resistência;
- Melhoria do humor e do sono;
- Melhora da qualidade de vida e do bem-estar.
O tratamento osteopático é individualizado e personalizado, levando em conta as características, as necessidades e os objetivos de cada paciente.
A osteopatia pode ser complementar ou alternativo a outros tratamentos médicos, desde que haja uma avaliação e um acompanhamento adequados.
O tratamento osteopático é seguro e eficaz, desde que realizado por um profissional qualificado e habilitado, o que exige, como em toda a atividade, uma formação científica estruturada e segura.
Dor é uma anomalia e você não merece e não precisa se acostumar com ela
Dor é um sinal de que algum desequilíbrio está acontecendo em seu organismo, alguma disfunção em algum de seus tantos processos e acaba refletindo em processos acessórios, difundindo seus reflexos para regiões inteiras e até para locais bem distantes de sua origem.
Se um sapato apertado causa dor de cabeça, um problema na mandíbula pode causar dores sérias na coluna.
O maior de todos os problemas é tratarmos a dor da coluna, quando a causa verdadeira continua sendo a mandíbula.
A sequência normal é a pessoa ser levada a consumir verdadeiras cadeias de medicamentos, cada vez mais fortes e em maiores doses, até que receba algum diagnóstico infeliz, dizendo que ela sofre de dor crônica e que só é possível amenizar os sintomas.
A osteopatia consegue resolver a origem da maior parte deste tipo de problema, pois desvenda o caminho da dor, entendendo o conjunto de informações que levam até a causa, o que possibilita a aplicação do melhor tratamento.
É por isto que a maior parte das ciências utiliza o apoio importante da osteopatia, no objetivo de aplicar técnicas não invasivas e não medicamentosas para o tratamento de muitos casos.
Cada vez mais pessoas conseguem resolver sua necessidade sem precisar passar por cirurgias ou procedimentos mais agressivos, pois conseguem contar com a osteopatia que normaliza processos através das suas técnicas de manipulação terapêutica.
A verdade é que ninguém precisa ser condenado a viver com dor o tempo todo.
Se for um caso realmente sem solução, ainda assim é possível trazer alívio substancial com a utilização da osteopatia, embora, na maioria dos casos, é perfeitamente possível chegar a um tratamento vencedor, a uma cura plena, derivada da localização objetiva da causa, o que somente a saúde integrativa pode proporcionar.